Roberto Piffer e o filho Benjamin durante em aula online.
Arquivo Pessoal
Pesquisa aponta que investimentos com tecnologia devem ser repassados para os pais. Maioria das escolas prevê aumento entre 5% e 6%
Roberto Piffer é pai de Benjamin, 9 anos, e Stella, 5 anos. Com a pandemia, veio o isolamento e o ensino remoto. "Os dois estudavam em escola particular, mas percebemos que não estava valendo a pena manter a Stella na escola", diz.
"Para as crianças pequenas, as aulas online não funcionam e minha filha não prestava atenção, sem contar que não podíamos ficar ao lado dela todo o tempo", explica. Resultado, Stella está matriculada na rede pública.
"Não valia a pena mantê-la em uma escola particular pagando mensalidade e para a minha surpresa, a escola pública nos atendeu muito bem, com uma série de atividades pelo whatsapp, que ela faz no tempo dela".
Laryssa Ascimo se viu numa situação muito parecida. "A mensalidade da escola estava muito alta, mesmo dividindo o valor com o pai dela, estava pesando no orçamento e optamos pela rede pública."
Tanto Roberto como Laryssa pretendem rematricular os filhos no próximo ano, quando as aulas presenciais voltarem. "Vamos avaliar, o aviso de reajuste da mensalidade da escola do Benjamin já chegou, ele deve continuar."
Mesmo com um número alto de famílias que optaram pela rede pública neste período de pandemia, principalmente na educação infantil, uma pesquisa da Meira Fernandes Consultoria aponta que 68% das instituições de ensino pretendem aumentar o valor da mensalidade em 2021.
Para Mabely Meira Fernandes, advogada e diretora da consultoria, a justificativa para o aumento está no investimento feito pelas escolas. "Todas as instituições de ensino devem, por lei, apresentar uma planilha de custos e o orçamento de 2019 não previa os investimentos altos que foram feitos em tecnologia e também nas adaptações sanitárias exigidas pela pandemia", explica.
Segundo a pesquisa, 35% das instituições de ensino farão o reajuste da mensalidade entre 5% e 6%. Outras 26% devem repassar um aumento de 3% a 4% no ensino fundamental.
Apesar do cenário não ter sido dos melhores neste ano, principalmente nas escolas de educação infantil. A expectativa, segundo aponta a pesquisa, é que 25% das instituições de ensino acreditam na recuperação de 5% a 10% das matrículas em 2021.
"As escolas de educação infantil, principalmente as de pequeno porte, sofreram muito com a evasão, mas o mercado está otimista para o próximo ano, as grandes escolas vão conseguir recepcionar os alunos", conclui.
Karla Dunder, do R7