PCC movimentou mais de R$ 1 bilhão em lavagem de dinheiro

     Anotações do PCC que autoridades apreenderam.

 Reprodução/Record TV
Investigações da polícia e Ministério Público teve acesso a planilhas usadas pela facção criminosa e indicava diversos negócios ilegais

Investigações da polícia e do Ministério Público do Estado de São Paulo apontam que a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) movimentou mais de R$ 1 bilhão de reais em lavagem de dinheiro.

As informações foram obtidas em documentos acessados com exclusividade pelo núcleo de jornalistas investigativos da Record TV.

De acordo com as investigações, para despistar as autoridades, os criminosos usavam como apelido nomes de países e empresas de fachada. Faziam negócios que estavam acima de qualquer suspeita para tentar esconder as transações de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas.

A chava das investigações para chegar às informações do balanço financeiro do PCC foi a prisão de Robson Sampaio de Lima, conhecido como Alemaha ou Tubarão, suposta liderança da organização criminosa. Com ele, foram encontrado diversos celulares e computadores.

Após autorização judicial para ter acesso ao conteúdo dos aparelhos apreendidos, a investigação chegou em planilhas. Uma delas, indicava a compra de 15 toneladas de cocaína, que eram identificada de diferentes formas.

As informações obtidas apontam que em cerca de um ano, a facção movimentou 93 milhões de dólares, que equivale a mais de R$ 500 milhões. Em outro documento, promotores de Justiça afirmam que o total ultrapassou R$ 1 bilhão.

"Esses valores representavam o lucro da atividade, o custo operacional, compra de aparelho de tefone celular, pagamento de despesas. A gente percebia que havia, inclusive, esse cuidado de transparência na contabilidade, porque eles tinham que prestar contas à cúpula", diz o promotor de Justiça Alexandre Afonso Castilho.

As investigações identificaram o dinheiro que transita no Brasil e vai para fora do país, especialmente para o Paraguai, por meio de doleiros. Um dos suspeitos apontado pelo Ministério Público é Wilson Decaria Júnior, apontado nas planilhas como Tio. O outro doleiro, ainda não identificado, era chamado de Véia nas planilhas.

Os dois seriam responsáveis por operar com milhões de reais. A estimativa é que tenham transformado quase R$ 65 milhões do tráfico de drogas em dólares.

Além do tráfico de drogas, o PCC ganha dinheiro com vendas de carros, mensalidades de membros e venda de rifas. A cúpula da organização criminosa não aceita nenhuma perda de dinheiro e é extremamente rigorosa com prazos.

Na venda de carros, as investigações identificaram oito veículos vendidos por valor cerca de 20% abaixo do preço de mercado, com o objetivo de lavar dinheiro rapidamente.





Do R7, com informações da Record TV

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